quinta-feira, 9 de junho de 2016

Consulta no Neuro

Voltamos ao neuro após 7 meses. Enquanto o medico conversava com a gente, ele deixou o Lucas solto no consultório para explorar e assim, poder observa-lo naturalmente.

E o que ele observou, confirmou as suspeitas dele de 7 meses atrás. Lucas já apresenta sim sintomas muito claros de TDAH. Segundo ele, o Lucas foi o primeiro caso, em anos de pratica, em que ele conseguiu observar muito claro esses sintomas num bebe.

Por outro lado, ele descartou de vez qualquer indicio de autismo. Inclusive nos explicou que os sintomas entre TDAH e autismo sao praticamente os mesmos, e o que difere um do outro eh exatamente o fechamento que a criança autista apresenta. Algo que o Lucas não tem mais. Lucas olha, Lucas interage, Lucas compartilha, Lucas busca o olhar em troca de aprovação ou desaprovação, Lucas manda beijo, da tchau, aponta e, de alguma forma, se comunica. Ufa, meus maiores temores foram deixados de lado.

Agora voltemos ao TDAH. Claro, ele deixou bem claro que não fechou nenhum diagnostico pois o Lucas ainda eh muito pequeno, mas tem fortes indícios a isso. Mas foi bom para entender onde estamos entrando.

Segundo ele, a grande maioria de casos de TDAH eh genético...marido tem, logo Lucas tb tem...O que temos que trabalhar agora eh tentar com terapias reduzir ao máximo os efeitos disso no Lucas, o quanto antes, para que ele não sofra quando chegar na fase de pre alfabetização...nem ele, nem nos.

Primeiro ele nos indicou dois livros para ler e la pegar algumas dicas de como atuar com o Lucas em casa. Sao eles: Mentes Inquietas e No Mundo da Lua. Depois disse para continuarmos com a terapia, pois ela já faz nas sessões alguns trabalhos. Também nos instruiu, quando o Lucas for um pouco maior, a buscar uma escola não muito tradicional e rígida, já que crianças com TDAH tem outras formas de mostrar interesse, ou melhor elas conseguem se prender a uma atividade quando essa eh lúdica e divertida. Portanto, escola mecanizada esta fora de cogitação.

Disse que terá que acompanhar o Lucas de 6 em 6 meses e que na próxima consulta vai nos encaminhar para uma hidroterapia, que eh uma técnica que tem mostrado ótimos resultados para melhorar a concentração das crianças.

Enfim, sai bem da consulta, sabendo melhor onde estamos pisando...ainda temos um longo caminho pela frente, mas estamos nele e isso eh o que importa.

Um comentário:

disse...

Olá,
Sigo-te desde antes do seu garoto, mais não sou muito de comentar.
Fiquei um tempo sem acessar e quando vi seu relato sobre o Lucas, apertou meu coração, pois passei por situação semelhante, com a diferença que não tive a mesma sensibilidade que você teve em perceber tão cedo que meu menino era diferente.
A preocupação surgiu do meu marido, que quando foi visitar um amigo que tem uma filha 3 meses mais nova que o nosso Mateus, chegou em casa falando “ A filha do Tony fala tudo, o Mateus é mais velho e não fala nem mamãe ou papai!”
Mesmo assim, para os padrões brasileiros, procurei ajuda cedo, com 1 anos e 11 meses.
Vivemos 1 anos de muita angustia, sem saber ao certo o que causava a dificuldade do meu filho, que não falava nada e não interagia conosco.
Descartamos problemas auditivos e chegamos a ter um diagnóstico equivocado de autismo. Muita terapia, muito sofrimento, uma família que não nos acolheu e achou que eu era doida em colocar uma criança com 2 anos para fazer terapia, enfim...
Com a certeza que sim, tinha algum problema, mesmo sem apoio, passei a ler, me informar e observar o comportamento do me filho, foi quando decidi levar em outro otorrino, desta vez um cirurgião, que pediu vários exames que detectou uma perda auditiva devido uma otite média secretora.
Uma observação, quando ele refez o exame que fez antes dos dois anos, vi que o primeiro exame foi feito de forma equivocada! Existe uma grande chance dele já ter a perda auditiva no primeiro exame, mais como era ultimo horário e o profissional estava com pressa, fez de qualquer jeito.
Por fim, quando descobrimos e tratamos essa perda auditiva meu filho já estava com 3 anos recém-completados. Com 3 anos ele ainda não falava uma palavra sequer.
Em um mês após o tratamento do ouvido, recebemos uma nova criança em casa: começou a falar palavras soltas e com intenção comunicativa, a interagir conosco e principalmente com outras crianças, atender comandos simples como “pegue a bola”, a respeitar regras, coisa que era impossível.
Neste pacote, optamos por trocar a fonoaudióloga que o atendeu desde o começo até a descoberta da perda auditiva.
Atualmente ele esta com 3 anos e 8 meses e a fala evolui grandemente. Posso dizer que fala tudo, porem com bastante troca fonêmica. Para isso, continua a fonoaudióloga. Agora inclusive ele consegue contar coisas do dia a dia, como o que comeu, do que brincou...
Interage com crianças e adultos, participa de todas as brincadeiras e atividades propostas. Inclusive as vezes pede para ir na casa do primo, ou de uma filha de amiga que é bem próxima.
Na parte motora ele nunca teve atraso.
Estamos em constante trabalho para amenizar as consequências que esta lacuna que ele ficou em "silencio" causou. Ainda precisamos trabalhar muito a parte comportamental.
De acordo com as terapeutas, aos 4 anos possivelmente ele estará de acordo com todos os marcos esperados.
Mesmo assim, ainda vivo em constante observação e apreensiva, e gostaria de leva-lo em outro neuro. Você pode me indicar o do lucas?

Abs
Juliana
Julianalcunha@yahoo.com.br